(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica da noite de 11 de abril de 2012,
no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia, quando os
Ministros do Supremo Tribunal de Justiça, julgavam do aborto do
anencéfalo, em Brasília DF)
Nada no Universo ocorre como
fenômeno caótico, resultado de alguma desordem que nele predomine. O que
parece casual, destrutivo, é sempre efeito de uma programação
transcendente, que objetiva a ordem, a harmonia.
De igual maneira, nos destinos
humanos sempre vige a Lei de Causa e Efeito, como responsável legítima
por todas as ocorrências, por mais diversificadas apresentem-se.
O Espírito progride através das
experiências que lhe facultam desenvolver o conhecimento intelectual
enquanto lapida as impurezas morais primitivas, transformando-as em
emoções relevantes e libertadoras.
Agindo sob o impacto das
tendências que nele jazem, fruto que são de vivências anteriores,
elabora, inconscientemente, o programa a que se deve submeter na
sucessão do tempo futuro.
Harmonia emocional, equilíbrio
mental, saúde orgânica ou o seu inverso, em forma de transtornos de
vária denominação, fazem-se ocorrência natural dessa elaborada e
transata proposta evolutiva.
Todos
experimentam, inevitavelmente, as consequências dos seus pensamentos,
que são responsáveis pelas suas manifestações verbais e realizações
exteriores.
Sentindo, intimamente, a
presença de Deus, a convivência social e as imposições educacionais,
criam condicionamentos que, infelizmente, em incontáveis indivíduos dão
lugar às dúvidas atrozes em torno da sua origem espiritual, da sua
imortalidade.
Mesmo quando se vincula a
alguma doutrina religiosa, com as exceções compreensíveis, o
comportamento moral permanece materialista, utilitarista, atado às
paixões defluentes do egotismo.
Não fosse assim, e decerto,
muitos benefícios adviriam da convicção espiritual, que sempre define as
condutas saudáveis, por constituírem motivos de elevação, defluentes do
dever e da razão.
Na falta desse equilíbrio,
adota-se atitude de rebeldia, quando não se encontra satisfeito com a
sucessão dos acontecimentos tidos como frustrantes, perturbadores,
infelizes...
Desequipado de conteúdos
superiores que proporcionam a autoconfiança, o otimismo, a esperança,
essa revolta, estimulada pelo primarismo que ainda jaz no ser,
trabalhando em favor do egoísmo, sempre transfere a responsabilidade dos
sofrimentos, dos insucessos momentâneos aos outros, às circunstâncias
ditas aziagas, que consideram injustas e, dominados pelo desespero fogem
através de mecanismos derrotistas e infelizes que mais o degrada, entre
os quais o nefando suicídio..
Na
imensa gama de instrumentos utilizados para o autocídio, o que é
praticado por armas de fogo ou mediante quedas espetaculares de
edifícios, de abismos, desarticula o cérebro físico e praticamente o
aniquila...
Não ficariam aí, porém, os danos perpetrados, alcançando os delicados tecidos
do corpo perispiritual, que se encarregará de compor os futuros
aparelhos materiais para o prosseguimento da jornada de evolução.
É inevitável o renascimento
daquele que assim buscou a extinção da vida, portando degenerescências
físicas e mentais, particularmente a anencefalia.
Muitos desses assim considerados, no entanto, não são totalmente destituídos do órgão cerebral.
Há, desse modo, anencéfalos e anencéfalos.
Expressivo número de anencéfalos
preserva o cérebro primitivo ou reptiliano, o diencéfalo e as raízes do
núcleo neural que se vincula ao sistema nervoso central…
Necessitam viver no corpo, mesmo que a fatalidade da morte após o renascimento, reconduza-os ao mundo espiritual.
Interromper-lhes
o desenvolvimento no útero materno é crime hediondo em relação à vida.
Têm vida sim, embora em padrões diferentes dos considerados normais pelo
conhecimento genético atual...
Não se tratam de coisas conduzidas interiormente pela mulher,
mas de filhos, que não puderam concluir a formação orgânica total, pois
que são resultado da concepção, da união do espermatozoide com o óvulo.
Faltou na gestante o ácido fólico, que se tornou responsável pela ocorrência terrível.
Sucede,
porém, que a genitora igualmente não é vítima de injustiça divina ou da
espúria Lei do Acaso, pois que foi corresponsável pelo suicídio daquele
Espírito que agora a busca para juntos conseguirem o inadiável processo
de reparação do crime, de recuperação da paz e do equilíbrio antes
destruído.
Quando as legislações
desvairam e descriminam o aborto do anencéfalo, facilitando a sua
aplicação, a sociedade caminha, a passos largos, para a legitimação de
todas as formas cruéis de abortamento.
...E quando a humanidade
mata o feto, prepara-se para outros hediondos crimes que a cultura, a
ética e a civilização já deveriam haver eliminado no vasto processo de
crescimento intelecto-moral.
Todos os recentes governos
ditatoriais e arbitrários iniciaram as suas dominações extravagantes e
terríveis, tornando o aborto legal e culminando, na sucessão do tempo,
com os campos de extermínio de vidas sob o açodar dos mórbidos
preconceitos de raça, de etnia, de religião, de política, de
sociedade...
A morbidez atinge, desse modo, o clímax, quando a vida é desvalorizada e o ser humano torna-se descartável.
As loucuras eugênicas, em
busca de seres humanos perfeitos, respondem por crueldades
inimagináveis, desde as crianças que eram assassinadas quando nasciam
com qualquer tipo de imperfeição, não servindo para as guerras, na
cultura espartana, como as que ainda são atiradas aos rios, por portarem
deficiências, para morrer por afogamento, em algumas tribos primitivas.
Qual,
porém, a diferença entre a atitude da civilização grega e o primarismo
selvagem desses clãs e a moderna conduta em relação ao anencéfalo?
O processo de evolução, no
entanto, é inevitável, e os criminosos legais de hoje, recomeçarão, no
futuro, em novas experiências reencarnacionistas, sofrendo a frieza do
comportamento, aprendendo através do sofrimento a respeitar a vida…
Compadece-te e ama o filhinho que se encontra no teu ventre, suplicando-te sem palavras a oportunidade de redimir-se.
Considera que se ele
houvesse nascido bem formado e normal, apresentando depois algum
problema de idiotia, de hebefrenia, de degenerescência, perdendo as
funções intelectivas, motoras ou de outra natureza, como acontece
amiúde, se também o matarias?
Se exercitares o aborto do
anencéfalo hoje, amanhã pedirás também a eliminação legal do filhinho
limitado, poupando-te o sofrimento como se alega no caso da anencefalia.
Aprende a viver dignamente agora, para que o teu seja um amanhã de bênçãos e de felicidade.
Que Deus continue iluminando a humanidade e a chama da Caridade Maior faça presente para que todos se mostrem compreensivos para com os anencefalos.
ResponderExcluirGratos por compartilhar.
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